A falta da rotina é uma síndrome que faz com que você perceba que a rotina faz falta.
É.
O que eu mais queria quando tinha que acordar cedo, era dormir.
Agora, quando eu posso dormir, não tem mais graça. Só tem graça quando você não pode dormir.
Eu não estou falando coisa com coisa, sim, mas eu não sou coisa com coisa.
Ultimamente, eu não tenho batido muito bem da idéia, eu acho.
Eu passei essas últimas duas semanas altamente depressiva e irritada.
A irritação diminuiu bastante. Era daquele jeito quando você quer ficar sozinha e tudo o que dizem pra você te irrita. Até ouvir o meu nome me irritava.
Ainda bem que já passou, porque nem eu estava me aguentando.
Foi realmente muito estranho esses últimos dias.
Tem coisas que eu não me reconheço mais, tem situações que a Lais nunca teria pensado ou feito daquele jeito.
Fiquei 2 dias sem sentir sede, nem fome. Mas claro que bebi um ou dois copos d'água e comi uns 6 camaroezinhos cozidos.
Isso foi a coisa mais estranha que me aconteceu desde sei lá, desde que eu engoli uma bala redonda e ela ficou agarrada e quando eu me engasguei com um pedaço de carne, fiquei roxa e ninguem viu.
Talvez o motivo seja a convivência com a minha mãe, que é humanamente impossível.
Ela é o tipo de pessoa que você pode até aguentar por algumas horas, mas várias horas todos os dias é torturante. Ela não me aceita como sou e eu não a aceito como é. Ela diz que me ama, mas é um amor egoísta que só me quer quando a sirvo como senhora, e fica satisfeita quando me vê triste por não viver do jeito que eu quero, porque ela acha que tem que ser daquele jeito e eu tenho que me conformar com isso e vou agradecer daqui uns anos.
É uma pessoa cheia de frustrações, que não é feliz, não tem paz, não tem uma das personalidades mais admiráveis, é de uma mente completamente fechada, não permite o sossego das pessoas e muda constantemente de humor.
Essa parte do humor eu posso dizer que herdei. Não que isso aconteça com frequência, mas parece que se agravou nos últimos meses.
Já tentei de algumas formas reverter o meu quadro emocional, mas isso não é fácil assim. Consegui vencer a irritação, mas ainda sinto as dores de cabeça sem motivo e bom, a parte depressiva continua.
A causa deve ser mesmo a falta de ter utilidade e ter que aturar as coisas por não ter opção ou por ser estupidamente covarde.
Acho que isso foi um desabafo expontâneo.
Que coisa mais uóh.
Pelo menos agora estou revendo todos os episódios de Chaves super inéditos e tenho mais tempo pros meus cachorros.
Que aliás a mais velha, a veterinária declarou estado de insanidade por stress e tristeza.
Ela melhorou um pouco depois que eu estou em casa. Não tanto porque parece que os cachorros se sentem como o dono ás vezes.
Aliás, estava antes de vir aqui escrever um pouco, tentando terminar o livro do cachorro.
Mas ele morreu e eu não gosto quando os cachorros morrem. Eu não consegui mais ler.
A minha está quase chegando lá. Esse ano ela completa 10 anos e eu sei que falta pouco.
Eu espero não ver quando isso acontecer. Não quero passar pela parte da despedida.
Eu odeio despedida, eu acho que é algo que não deve acontecer, apesar de que quando você não consegue ou não quer deixar uma coisa, o ato da despedida é inevitável.
Não vai existir cadela igual a ela, nunca. Não é só pela minha paixão por cachorros, e pelos meus principalmente.
Ela é especial, é quem me acorda com um choro quase que silencioso, ou quando eu abro os olhos dou de cara com ela me olhando, ou com ela aos pés da minha cama. Muitas vezes piso nela quando levanto como uma sonâmbula preguiçosa. É quem muitas vezes já demonstrou sentir tudo o que eu sentia junto comigo. É por quem eu lutei muito pra que não tirassem de mim. Entende quando eu brigo, quando eu não quero brincar, sempre me fez companhia quando mais nova eu era sozinha, é quem me recebe com alegria, me olha ás vezes como se quisesse me dizer alguma coisa que não pode, mas ela consegue me pedir pra ir na rua, pra pegar a bola embaixo do sofá, e pra fazer carinho enfiando sua cabeça sobre a minha mão, ou esfregando a barriga no meu pé e rolando com as patas pro ar, esperando a hora da cosquinha. Ou quando ela derruba a vasilha de água por ser desastrada e depois ela me espera levantar, pra tentar me mostrar que acabou.
Não acho justo que companheiros assim, tenha um tempo tão curto. E que todas as pessoas que tem esses bichinhos tenham que passar por isso.
Mas a vida é assim, são perdas e ganhos.
É preciso que a gente aprenda a lidar com ela e seus momentos de auge e suas decadências.
sábado, 15 de março de 2008
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