sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Viajando não dá pra parar pra escrever mesmo. Mas depois que passa, a gente não tem mais a mesma visão de quando estamos vivendo a situação.
Mas eu vou tentar resumir mais ou menos como foram meus ultimos momentos em Amsterdam. Não tudo hoje, serão em uma espécie de... capítulos.

Parte 1

Depois que as meninas, a Milica e a Vanessa, foram embora, eu não tinha mais muito o que fazer na cidade. Mas continuei andando sem rumo nesse meu tempo á toa, sentindo um pouco daquela cidade que eu gostei tanto.
Numa terça-feira, saí com a Mio, para encontrar o Dan, um couchsurfer que eu havia entrado em contato bem antes de ir pra Amsterdam. Nem sei como descreve-lo. Simpático, meio crazy-weird e free-spirited ao extremo. Ele trabalha quase todos os dias. Pela manhã em café, e á noite em bar, como bartender. Foi aí que eu quase me tornei uma bêbada nessa noite. Já que ele é o bartender, as bebidas vêm á mim, de graça. Os dois amigos dele que conheci, um bartender que trabalha junto e outro que eu não sei o que faz, também eram uns amores.
Até que surge um Egípcio, que parece que frequenta sempre o bar e me chama para conversar, como o Dan parecia conhece-lo, aceitei. Conversamos algumas coisas e ele parecia simpático. Já eram mais de 2 da manha e eu precisava ir pra casa. Alias nao que eu precisasse, mas eu nao aguentava mais beber. Então ele me ofereceu companhia até a parada do famoso e demorado ônibus noturno. Quando fui me despedir dos meninos, comentei que eu não iria sozinho que o tao do egípcio iria me levar até o ônibus. O amigo do Dan apenas disse que qualquer problema, pra que eu voltasse para o bar. Me assustei um pouco com isso do "qualquer problema", mas fui. Não ia conseguir achar o ônibus sozinha.
O tal me levou até lá tranquilamente e pediu meu telefone pra que saíssemos outro dia para conversar. Eu dei, porque nao tinha como fugir e ele tinha sido gentil me levando até lá. Pensei em dar o errado, mas ele disse que ligaria naquela hora pra que eu gravasse o dele.
Enfim, se ele ligasse era só inventar uma desculpa e simplesmente não ir.
No mesmo dia ele me ligou pela manhã, mas eu estava dormindo, não atendi. Depois ligou á tarde, eu atendi e ele perguntou se eu poderia sair e eu inventei uma desculpa dizendo que não dava e o Dan havia dito que poderiamos sair de novo no dia seguinte, então eu disse que no dia seguinte tambem não daria e que no outro eu tambem já tinha compromisso, e acrescentei o "infelizmente". Ele disse que tudo bem, e pensei que havia me livrado.
Até que ele continuou me ligando nos dias seguintes, de madrugada, umas 5 vezes por dia. Eu atendi uma vez, mas nao atendi mais. Até que depois de uns 3 dias ele desistiu.
Acabei não saindo com o Dan naquele dia, mas fomos todos á um couchsurfing meeting, na sexta. Acabei me perdendo completamente, até que ele me achou na rua, pela minha sorte, andando na direção completamente contrária ao lugar e fomos conversando. Aproveitei e comentei sobre o tarado doente daquele Egípcio. Pela expressão dele, acho que ele já esperava isso.
Felizmente eu o encontrei pelo caminho, porque eu nunca ia reconhecer que aquelas pessoas lá num cantinho no segundo andar, eram os tais do couchsurfing. Bebemos um pouco, e decidimos, uma meia-duzia que estavam lá, ir para outro lugar, pra dançar.
O Dan foi na frente e eu fui andando conversando com uma menina super simpática, e pequena, chamada Cynthia, que veio da Guatemala. Depois pegamos carona nas bicicletas de dois amigos dela. Minha primeira carona de bicicleta, e adorei!
Chegamos ao lugar, e era muito legal. Musica boa, e eu dancei até tirar o sapato. A Cynthia só conseguia pensar no Dan, acho que foi amor á primeira vista, e os outros estavam bêbados demais pra pensar. Odeio ser sempre á sóbria.
Pensei depois como eu ia voltar pra casa, já que eu não fazia idéia de onde eu estava. Ela iria pra casa do amigo dela que veio com a gente nas bicicletas. Só que os planos mudaram e ela agora iria para a casa do Dan. Que seria a minha carona, já que ele mora perto de onde eu estava morando.
enfim, confusões á parte, o amigo dela me levou pra casa, na mini-bicleta dele, que eu caía toda hora e acabei enfiando o salto a minha ankle na roda, e sim, o desastre maior aconteceu. Quebrei o salto e destrui ela quase que completamente.
Estou de luto até hoje.

Continua...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Então, eu deixei o Hostel num sábado. Não peguei contatos de nenhuma daquelas pessoas em que saí no dia anterior. Apenas da Mio.
Chegando aqui na casa da Celia, fui muito bem recebida e fomos jantar na casa da Eliana. Comida brasileira, quaaaaanto teeeeeeempo...

Nos dias que seguiram, apenas dei umas voltas por aqui, e fui ficando só em casa até a quarta-feira. Nesses dias entrei em contato com uma Brasileira que estava vindo, Vanessa. Marcamos de nos encontrar no Hotel dela na quarta. Fiquei doente nesse mesmo dia, mas mesmo assim fui até lá.
Nos encontramos e junto com ela estava uma Sérvia, que ela tambem tinha acabado de conhecer, chamada Milica. Fomos entao juntas andar pela cidade. Desde o primeiro momento nos sentimos bem juntas. São meninas ótimas. Tiramos algumas fotos e fomos ate a Anne Frank House.
O museu é bem interessante, mas eu esperava mais. Lá foi minha dead line, porque eu realmente nao estava bem. Combinamos de nos ver no dia seguinte e dali eu segui pra casa.

Nos encontramos á tarde na quinta em frente ao Van Gogh Museum. A Milica disse que um amigo a convidou para um jantar na casa dele, e que nós todas podiamos ir. Entao fomos ate o mercado comprar algumas bebidas. Lá, eu reconheci um Italiano meio estranho que me enviou uma mensagem no couchsurfing, da qual eu nao respondi. A Milica logo me perguntou o nome dele porque ela tinha marcado de se encontrar com um Italiano naquele dia. Eu nao me recordava mesmo, mas no final das contas era ele. Até que ele era simpatico, e ainda bem que nao me reconheceu, e se reconheceu fingiu que nao. Fomos ate proximo ao HardRock Café, num bar muito aconchegante, apenas para um café. Ficamos lá por mais ou menos 1 hora e meia conversando e seguimos para a casa do amigo da Milica, de nome Denis, qe também é Sérvio.
Chegamos lá pelas 9 da noite e quem preparou o jantar foi um Holandês, de nome que eu me recordo como se pronuncia, mas nao faço ideia como se escreve. Ele tinha uma aparência calma e já foi ao Brasil algumas vezes. Disse que tinha uma namorada de lá. E pelo jeito que ele falava parece que ele não esqueceu ainda a tal Brasileira.
Jantamos crepe de frango, enquanto assistiamos Ivete Sangalo e Sandy&Junior. Os unicos que gostavam eram o Holandês e a Vanessa. A minha obrigação era apenas ouvir.
Mandei uma mensagem para a Mio pra que ela nos encontrasse lá na Rembrandtsplein, pois hoje iríamos sair. Ela aceitou o convite e disse que ia nos aguardar lá.
Enquanto esperávamos o tram, como tudo é possivel em Amsterdam, la tinha um Holandes, que eu nem posso dizer mais que ele estava bebado, porque ele ja passou dessa fase. Cantando e dançando e veio nos pedir que dissessemos uma palavra, ou um verso e ele cantaria uma musica com o mesmo. Isso rendeu alguns minutos de diversão. O Denis disse que ele esta sempre ali no ponto, sem razão. Nosso tram chegou e ele entrou junto e isso rendeu mais um minutos porque nao pode entrar com cerveja e ele realmente nao entende o que voce fala pra ele, ele só cantava.
Encontramos a Mio, e fomos procurar algum lugar para ir. Até que o Denis sugeriu que pegassemos um Taxi e voltassemos pra proximo da Central Station, onde tem uma boate chamada Panama.
Aquela sim foi a boate mais estranha que eu fui. No meio da pista, tinham dois palcos, no qual ficavam uma mulher em cada, dançando de biquini ou de qualquer outra coisa. Se ao menos fossem mulheres bonitas, mas definitivamente acho que lá eles devem pagar mal.
Ficamos lá por umas 2 horas mais ou menos, até que a Vanessa cansou de ficar vendo um grupo meio "lésbico" que estava na nossa frente, simulando varias posicoes sexuais enquanto dançavam e se esfregando e etc.
Combinei com a Vanessa de no dia seguinte irmos até uma cidade que ela gostaria de ir pra ver um campeonato de Triatlon.
Peguei carona de taxi ate a metade do caminho e segui andando pra casa. Faz muito frio nessa cidade á noite.

Acordei tarde na sexta e logo fui me encontrar com a Vanessa na Central Station. Fomos para Almere. A cidade até que nao era tao ruim, mas era bem diferente de Amsterdam. Calma e pacata mesmo com o tal do campeonato, e que no fim das contas nao era campeonato, era apenas uma cerimônia. A Vanessa conheceu alguns dos atletas no avião e então eles a convidaram pra ir la assistir. A unica coisa que salvou o dia do desastre, foi ver alguns atletas, principalmente um certo Dinamarquês, um Brasileiro no elevador e um grupo de Street Dance. Tinha até show do cover do Robie Williams. Como eu nao gosto dele, pra mim nao faz diferença, e acho que pra ninguem ali fazia. Ele era quase a Xuxa, pois só as crianças estavam animadas e prestando atençao nele.
Depois da cerimônia, fomos comer pizza com os atletas Brasileiros. No caminho passamos por uma apresentação do Michael Jackson cover. Dias dos covers. Na pizzaria, tanto Brasileiro junto, só podia resultar em deixar as garçonetes quase loucas. Foi divertido.
Só que no caminho de volta, como nao estava muito recuperada ainda, passei mal. Fui ate o hotel la dos atletas e eles me deram um remedio que foi a salvação.
Deixamos Almere e seguimos para Amsterdam pra encontrar a Milica. A Vanessa nao estava no seu humor normal devido á varias coisas que aconteceram, mas mesmo assim arriscamos ir á algum lugar, até porque era o ultimo dia das duas em Amsterdam.
Fomos ate o Red Light, onde fica o Hotel em que ela estava (bem localizado haha), buscamos algumas coisas e seguimos em busca do telefone publico encantado pra localizar a Milica.
Em Amsterdam é quase raridade encontrar e com tanta pessoa simpatica disposta a ajudar, fica ainda mais dificil. Aliás, os holandeses mesmo ignoram qualquer pessoa que passa na rua. Mas pra 2 meninas andarem sozinha pela cidade é entediante por causa dos Turcos e dos Africanos. Que por mais que voce nao dê idéia, eles nao desistem e isso acontece tanto na rua, quanto nos clubs, e qualquer lugar. Os unicos que vieram falar alguma coisa comigo, ou com a Vanessa desde que ela esta aqui, foram eles. Mas chegam á ser incovenientes.
Finalmente encontramos um telefone, ligamos para a Milica e fomos até a Rebrandtsplein encontra-la. Ela nos levou para um bar super legal, mas a gente conseguiu encontra-la já bem tarde, pois tivemos que andar muito, tanto buscando o telefone quanto procurando a Rembrandtsplein.
E quanta gente bonita naquele lugar. Mas só os estranhos falam com a gente, acho que nós brasileiros temos um certo imã pra gente estranha nao importa ONDE a gente esteja. Eu inclusive.
Até o Bartender daquele lugar era bonito. Umas meia hora depois a Milica teve que ir embora pois uma Turca havia vomitado nela. Ficamos só eu e a Vanessa, e uns Holandeses nem tao estranhos vieram tentar conversar com a gente, mas nao conseguiram. Bobos demais.
Ficamos até umas 3 horas, e descobri que um onibus passa aqui perto da casa, entao foi assim que eu voltei, nao precisei andar mais tanto.
Me despedi da Vanessa pois era o ultimo dia dela, no onibus. Estou sentindo falta dessa menina tambem. Encontrei pessoas maravilhosas aqui. Tenho sorte.